Muita gente não gosta de berinjela: dizem que é amarga, esponjosa, sem graça. Quem pensa assim, ainda não descobriu os encantos deste alimento. A berinjela é uma das coisa que eu mais gosto de cozinhar. O seu paladar, complexo e rico, encerra muitas possibilidades: ela possui a capacidade de mudar radicalmente de sabor, textura e aparência conforme o prato, além de fundir-se ao gosto dos outros alimentos que estão ao seu lado e isso faz com que ela possa ser usada em milhares de combinações diferentes.
A sua história começou há mais ou menos uns seis mil anos atrás. Originária da Índia, espalhou-se pela China, Coréia e Japão e logo atingiu o Oriente Médio, tornando-se um símbolo da culinária daquela região.
A berinjela chegou ao ocidente por volta do século VIII, mas só se tornou mesmo popular na cozinha européia a partir do século XIX, isso porque, por muito tempo, foi considerada venenosa: acreditava-se que ela podia causar demência e epilepsia, daí o seu nome científico, Solanum (porque é da família das solanáceas) Insanum (o nome científico atual é Solanum Melongena). Também era chamada de mala insana (maçã louca), o que deu origem ao seu atual nome em italiano, melanzana. O nome berinjela (em Portugal, se escreve com "g"), vem do árabe al bãndinjânâ, do qual também se originaram auberginne e berenjena (berinjela em francês e espanhol, respectivamente).
A foto acima (de Rafael Medina) é de um prato clássico aqui de casa: lasanha de berinjelas (ou berinjela à parmiggiana). É uma receita fácil e que agrada mesmo àqueles que não são muito fãs desse legume. Aí vai a receita:
Lasanha de Berinjelas
Ingredientes:
5 a 6 berinjelas pequenas (eu prefiro as pequenas pois são mais doces e têm menos caroços);
10 tomates italianos (ou os comuns mesmo, desde que bem maduros);
2 cebolas bem grandes;
5 a 7 dentes de alho;
500 gramas de mussarela;
manjericão fresco a gosto;
manjericão seco a gosto;
200 ml de caldo de carne bem concentrado (ou dois tabletes de caldo de carne industrializado);
1 pimenta dedo de moça picada, sem as sementes (opcional);
mais ou menos uma xícara de chá de vinho tinto de boa qualidade (a quantidade de vinho vai depender da acidez dos tomates: quanto mais ácido, menos vinho);
molho inglês a gosto (aconselho um bom molho inglês, de preferência inglês mesmo!)
1 colher de café de páprica picante;
mais ou menos 1 colher de sopa de açúcar mascavo (essa quantidade vai também depender da acidez dos tomates, quanto mais ácidos, mais açúcar);
queijo parmesão a gosto, ralado na hora (não havia queijo parmesão ontem aqui em casa, utilizei queijo minas meia cura e o resultado ficou bem interessante);
sal e pimenta a gosto;
azeite a gosto.
Modo de fazer:
Pique finamente a cebola e o alho e refogue-os no azeite até que comecem a dourar. Acrescente os tomates picados, sem as cascas e as sementes e tempere com o molho inglês, a páprica, o caldo de carne, a pimenta dedo de moça e deixe tomar gosto. Adicione o vinho, um pouco de água, o açúcar mascavo e deixe ferver até que os tomates se desmanchem. Corrija o sal e o açúcar e acrescente pimenta moída na hora, se necessário. Desligue o fogo e incorpore o manjericão fresco (só as folhas).
Coloque um pouco de molho em um tabuleiro, acresente berinjelas cortadas ao comprido (em fatias finas, com casca), adicione mais molho por cima. Polvilhe com a mussarela ralada no ralo grosso do ralador e adicione mais molho. Repita o mesmo processo (berinjela + molho + mussarela), até que os ingredientes acabem. Polvilhe com o parmesão ralado, acrescente um pouco mais de azeite e jogue o manjericão seco por cima.
Leve ao forno pré-aquecido até que a parte de cima esteja gratinada. Sirva com um bom vinho tinto (de preferência, o mesmo que você utilizou no molho).
E aqui vai um vídeo de um "apaixonado por berinjelas", como ele mesmo dizia: Luciano Pavarotti. Ele está cantando a famosa ária Nessum Dorma, da ópera Turandot, de Puccini, uma das minhas óperas prediletas. Particularmente, não gosto do bufão que o Pavarotti se tornou com o tempo, mas, nesse recital (com Zubin Mehta e a Filarmônica de Nova Iorque), ele mostra ainda todo o seu talento e o porquê de ser uma das figuras mais conhecidas no mundo da música. Aproveite!
A sua história começou há mais ou menos uns seis mil anos atrás. Originária da Índia, espalhou-se pela China, Coréia e Japão e logo atingiu o Oriente Médio, tornando-se um símbolo da culinária daquela região.
A berinjela chegou ao ocidente por volta do século VIII, mas só se tornou mesmo popular na cozinha européia a partir do século XIX, isso porque, por muito tempo, foi considerada venenosa: acreditava-se que ela podia causar demência e epilepsia, daí o seu nome científico, Solanum (porque é da família das solanáceas) Insanum (o nome científico atual é Solanum Melongena). Também era chamada de mala insana (maçã louca), o que deu origem ao seu atual nome em italiano, melanzana. O nome berinjela (em Portugal, se escreve com "g"), vem do árabe al bãndinjânâ, do qual também se originaram auberginne e berenjena (berinjela em francês e espanhol, respectivamente).
A foto acima (de Rafael Medina) é de um prato clássico aqui de casa: lasanha de berinjelas (ou berinjela à parmiggiana). É uma receita fácil e que agrada mesmo àqueles que não são muito fãs desse legume. Aí vai a receita:
Lasanha de Berinjelas
Ingredientes:
5 a 6 berinjelas pequenas (eu prefiro as pequenas pois são mais doces e têm menos caroços);
10 tomates italianos (ou os comuns mesmo, desde que bem maduros);
2 cebolas bem grandes;
5 a 7 dentes de alho;
500 gramas de mussarela;
manjericão fresco a gosto;
manjericão seco a gosto;
200 ml de caldo de carne bem concentrado (ou dois tabletes de caldo de carne industrializado);
1 pimenta dedo de moça picada, sem as sementes (opcional);
mais ou menos uma xícara de chá de vinho tinto de boa qualidade (a quantidade de vinho vai depender da acidez dos tomates: quanto mais ácido, menos vinho);
molho inglês a gosto (aconselho um bom molho inglês, de preferência inglês mesmo!)
1 colher de café de páprica picante;
mais ou menos 1 colher de sopa de açúcar mascavo (essa quantidade vai também depender da acidez dos tomates, quanto mais ácidos, mais açúcar);
queijo parmesão a gosto, ralado na hora (não havia queijo parmesão ontem aqui em casa, utilizei queijo minas meia cura e o resultado ficou bem interessante);
sal e pimenta a gosto;
azeite a gosto.
Modo de fazer:
Pique finamente a cebola e o alho e refogue-os no azeite até que comecem a dourar. Acrescente os tomates picados, sem as cascas e as sementes e tempere com o molho inglês, a páprica, o caldo de carne, a pimenta dedo de moça e deixe tomar gosto. Adicione o vinho, um pouco de água, o açúcar mascavo e deixe ferver até que os tomates se desmanchem. Corrija o sal e o açúcar e acrescente pimenta moída na hora, se necessário. Desligue o fogo e incorpore o manjericão fresco (só as folhas).
Coloque um pouco de molho em um tabuleiro, acresente berinjelas cortadas ao comprido (em fatias finas, com casca), adicione mais molho por cima. Polvilhe com a mussarela ralada no ralo grosso do ralador e adicione mais molho. Repita o mesmo processo (berinjela + molho + mussarela), até que os ingredientes acabem. Polvilhe com o parmesão ralado, acrescente um pouco mais de azeite e jogue o manjericão seco por cima.
Leve ao forno pré-aquecido até que a parte de cima esteja gratinada. Sirva com um bom vinho tinto (de preferência, o mesmo que você utilizou no molho).
E aqui vai um vídeo de um "apaixonado por berinjelas", como ele mesmo dizia: Luciano Pavarotti. Ele está cantando a famosa ária Nessum Dorma, da ópera Turandot, de Puccini, uma das minhas óperas prediletas. Particularmente, não gosto do bufão que o Pavarotti se tornou com o tempo, mas, nesse recital (com Zubin Mehta e a Filarmônica de Nova Iorque), ele mostra ainda todo o seu talento e o porquê de ser uma das figuras mais conhecidas no mundo da música. Aproveite!
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