Acho que você já sabe que sou um apaixonado por livros antigos de receitas. Adoro aquele clima meio antiquado que eles tem, as fotos coloridíssimas e, sobretudo, as receitas substanciosas. Numa época em que quase ninguém falava de colesterol, triglicerídeos e afins, é uma delícia ver como as receitas abusavam da manteiga, do açúcar, das frituras e das quantidades generosas de ingredientes como queijo, presunto, bacon e outras perdições.
Há um tempo atrás ganhei de presente uma edição antiga do livro Dona Benta, Comer Bem. Hoje em dia até existe uma outra versão mais moderna, mas sem o charme do original, que tem aquelas receitas que fazem lembrar o tempo das nossas avós, além de comentários impagáveis que só fazem sentido na época. Por exemplo, no capítulo destinado a receitas com peixes, lê-se essa pérola: "O peixe constitui um alimento agradável, mas é menos nutritivo do que a carne, não servindo, portanto, como alimentação habitual".
Ainda nem acabei de ler tudo (são 1001 receitas, além de dicas de como montar cardápios, escolher o vinho, fazer arranjos de mesa etc. etc.), mas uma receita que já experimentei e aprovei foi o Macarrão Gratinado (Macarrão au Gratin). Para que você tenha uma noção de como é o estilo de escrita (que eu adoro!), aí vai a receita como está no livro:
"Macarrão au Gratin - Tome meio quilo de macarrão feito em casa ou comprado em pacotes e cozinhe-o em água fervente com sal, não deixando amolecer demais. Depois de bem escorrido num passador, leve-o para uma caçarola onde estará derretida 1 colher de manteiga salgada; misture bem o macarrão com a manteiga e depois arrume, num prato que vá ao forno, uma camada desse macarrão, polvilhe com queijo parmesão ou Gruyère, outra camada de macarrão, regue com manteiga derretida, outra de queijo ralado e assim até que tenha empregado todo o macarrão, sendo a última camada de queijo ralado. Cubra tudo com 2 ovos batidos (as claras em separado), polvilhe com farinha de rosca e leve ao forno para tostar".
Algumas observações sobre o prato. O tipo de macarrão que usei foi o penne. Embora a receita não especifique o tipo, acho que fica mais legal se você usar uma massa curta que fica melhor gratinada. Derreti a manteiga na panela como a receita indica, mas também fritei ali uma cebola picada e fui adicionando cerca de 1 litro de leite e deixando cozinhar. Com o tempo, o leite vai se coagulando, formando uma espécie de creme branco bem saboroso. Aí encorporei a massa já cozida (al dente) e acrescentei também noz moscada, pimenta, sal, salsa e cebolinha verde picadas a gosto. Na hora de montar o prato utilizei queijo parmesão e mussarela ralada, e, para não ficar ainda mais gorduroso, não reguei com mais nenhuma manteiga. O resultado ficou muito bom!
E se o livro é da Dona Benta, aí vai a abertura de Pirlimpimpim, o musical de 1982 da Rede Globo que homenageia o Sítio do Picapau Amarelo. Nela, Dona Benta (na voz da inesquecível Zilka Salaberry) fala um texto bem bonito, enquanto Aretha (o arroz de festa de todos os musicais infantis da Globo daquela época) se prepara para adentrar no mundo maravilhoso de Monteiro Lobato.
6 comentários:
morro com qualquer tipo de gratinado... pode ser até vento gratinado que tá valendo... não há nada igual.
e a voz da Zilka me nina, de TÃO infância que é.
Ela é tudo, né? Bjsssss!!!!
"morro com qualquer tipo de gratinado" #2! Vai a travessa toda numa larica dessas da vida... rs
Gratina! Gratina! Gratina a gelatina! kkkkkkkkk (não achei rima melhor amigo, sorry!)
Gratina! Gratina! Gratina a gelatina! kkkkkkkkk (desculpa amigo, não achei rima melhor...)
Hahahahaha!!!!
Postar um comentário